16 de fev. de 2010

A mulher que não sonhava

Pelo prazer uma pele...
poder e perigo impere
ama a morte antes da vida,
a morte no orgasmo de uma vida sofrida.

Uma mulher que ama ele...mas não se ama,
ama ele na cozinha, se ama ele na cama.
Ela é jóia mas não ganha diamante,
outra recebe o colar de brilhante
que ela quis no dia do casamento que seria feliz.

Se ela canta, que cantoria triste,
que pássaro que não existe.
Seu banho é limpo. A banheira ferve, sedenta de amor,

Nunca, por Deus, pensou em outro...
seja beijando sua nuca ou lambendo
sua bisteca na frigideira. Nunca, jura.
Nunca também se perguntou porque nunca.
Talvez a igreja não permita, é suficiente.

Não tinha o dom de questionar.
Nascera assim, sem bem nem mal algum.
E o lugar ao sol era coisa de conto de fadas. Lia e sabia.
Mas também não sonhava pois sempre tinha
um paletó dele pra ser passado.
Passado á ferro, claro, nunca passado pra trás...
um trocadilho que não cabia na sua vida.

Se alguém se tornava em algum momento
mais importante do que ele, era alguma visita dele.
Sua mãe não era das pessoas mais agradáveis,
Uma megera indomável.
E sorria com um batom vermelho.
Cor que ela nem atrevia pensar o que significava.

Que importa se é fogo, paixão ou vingança?
Nada disso sentiu na vida.
Sentia apenas que devia amar,
incondicionalmente, aquela mulher fria
com seu batom vermelho falando coisas desagradáveis,
deixando pra trás sempre um cheiro de ferrugem maldito.
Algumas vontades vêm e vão
alguns amores nunca vêm...
e por isso também nunca se vão.

Quando se descobre uma mulher sem sonhos
Descobre-se uma mulher que não existe
um corpo cheio de curvas e vazio de vaidades.
Descobre-se, sem dúvida alguma, uma mulher que não existe.

É mais morte do que vida. É não querida!
É a casca sangria da ferida.
Mas pra quê falar dessa mulher?
Ela não existe.

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