18 de jun. de 2010

Na lua

Na lua, estou para observar
Mas para também ser observado
Saí do seu lado para te ver de longe
E notar que é maior e mais complexo
Do que sustenidos nas nossas brigas
Do que reflexo do sol em tua íris

Fui admirar o que te fazia luzir
Na lua estava mais perto da grande estrela
Passei a brilhar, mas não como a estrela de lá
Apenas como reflexo do sol em minha íris
Em meu corpo, e no pensamento de quem me via
Com a nova pele que luzia

No fundo, tua íris é um sol
Que ilumina meu viver
Quando abre os olhos, vejo o sol nascer
E ao cerrá-los vejo o entardecer
O sol descer

Teu sono é velado pela minha luz
Que carreguei em você
Vejo-te repousar sem compreender
De onde vem essa energia?
Que ninguém entende,
Transforma teu corpo opaco em luzente
Dá paz à alma, corpo, e a mente
E ainda me força a seguir em frente

Teu brilho é surpreendente
Enche-me de carinho,
Um sentimento diferente

17 de jun. de 2010

óculos de não ver

Esses óculos são de ver coisa bonita
árvore frutífera, florida
moça que rebola
criança atrevida
Quando a vida não ta boa
eu os coloco
e as nuvens tomam forma de algodão doce
O mundo gira pra ser carrossel
até trabalhar parece brincadeira
Esse óculos tem lentes de ver deus.

caminho

O caminho de tropeçar
é o caminho que eu quero seguir, pra cair, parar e contemplar.
E depois continuar a cair, e saber as façanhas certas pra me levantar.
Ter prazer quase masoquista de dizer: eu já caí...já caí! já caí!
Pode brilhar a purpurina mais do que a menina?
Se pode, essa é sua sina, brilhar pouco
perto da purpurina!
Seu gato preto não vem pra ela.
O menino que a olha, não vê.
Menina que não brilha, sofre
Feminina despercebida? Dor!
Não pode a purpurina brilhar mais do que a menina.
Uma bruxinha, essa menina!